segunda-feira, maio 11, 2009

PAPA , em visita a Israel,defende criação de estado palestino

Em visita a Israel, Papa defende criação de Estado palestino
2 horas, 33 minutos atrás
Juan Lara.

Jerusalém, 11 mai (EFE).- O papa Bento XVI defendeu hoje a criação de um Estado para os palestinos e "suplicou" a todas as partes envolvidas para que busquem uma solução justa "para que os dois povos (Israel e Palestina) possam viver em paz em sua pátria, com fronteiras seguras e internacionalmente reconhecidas".

O papa fez esse pedido em seu primeiro dia em Jerusalém, onde disse perante o presidente israelense, Shimon Peres, que a paz e a segurança "são construídas por meio da justiça".

"A justiça dá paz, tranquilidade e segurança para sempre", ressaltou o pontífice.

Bento XVI disse que, há dezenas de anos, a paz "tragicamente" não chegou à Terra Santa e que as esperanças de inúmeros homens, mulheres e crianças por um futuro mais seguro "dependem do sucesso das negociações de paz entre os israelenses e palestinos".

"Suplico a todos os que têm responsabilidade para que explorem todos os caminhos rumo a uma solução justa", afirmou o papa.

O pontífice se mostrou convencido de que nenhum habitante da Terra Santa "deseja violência, insegurança ou divisões para seus filhos" e assegurou que "ouve o grito" dos que invocam "justiça, paz, respeito para sua dignidade, segurança estável, uma vida diária livre de medos de ameaças externas e insensata violência".

Hoje, o papa honrou as vítimas do Holocausto e pediu para que o anti-semitismo seja combatido "onde estiver, já que infelizmente continua levantando sua repugnante cabeça em muitas partes de mundo".

Bento XVI quis encerrar definitivamente a polêmica despertada por um bispo tradicionalista que negou o Holocausto, o que pôs a comunidade judaica em pé de guerra.

"É justo e conveniente que honre a memória de seis milhões de judeus e que reze para que o mundo jamais tenha que ser testemunha de um crime de tal enormidade", afirmou o pontífice perante Shimon Peres e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Bento XVI lembrou as vítimas do Holocausto no Memorial Yad Vashem, onde são guardadas as cinzas de muitos delas, estão escritos os nomes de milhões deles e inclui um museu no qual há uma fotografia do papa Pio XII com uma polêmica inscrição a qual o acusa de ter se calado enquanto milhões de judeus eram conduzidos aos campos de extermínio.

O pontífice visitou a Sala da Memória, onde estão escritos os nomes dos 22 campos de extermínio nazista e onde depositou uma coroa de flores com as cores amarela e branca do Vaticano. Após um momento de silêncio, conversou com seis sobreviventes.

Perante o presidente israelense, Shimon Peres, o titular do Parlamento israelense (Knesset), Reuven Rivlin, e o rabino do Memorial, o papa defendeu que o Holocausto nunca seja negado ou esquecido.

Bento XVI ressaltou que a Igreja Católica está comprometida "a trabalhar sem descanso para evitar que o ódio não reine mais no coração dos homens".

O papa também defendeu hoje que todos os peregrinos possam ter acesso aos Santos Lugares sem restrições e que possam participar das cerimônias religiosas.

Peres disse que Israel resguarda a total liberdade religiosa e o livre acesso aos lugares santos.

Amanhã, o pontífice visitará o Muro das Lamentações e a esplanada das Mesquitas, além de celebrar uma missa no Vale de Josafat.

A visita do papa foi criticada por alguns judeus ultra-ortodoxos e pela facção armada palestina Jihad Islâmica, para a qual a presença de Bento XVI em Israel representa um "presente à ocupação e um desprezo ao sofrimento do povo palestino".


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