quinta-feira, setembro 17, 2009

Eficácia do TAMIFLU é posta em dúvida p/ MINISTÉRIO da SAÚDE

Ministério da Saúde questiona eficácia do Tamiflu
Qui, 17 Set, 09h47
Levantamento preliminar realizado com pacientes graves com suspeita ou confirmação de gripe suína no Rio Grande do Sul levou o Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual a relativizarem a importância do oseltamivir (Tamiflu) no combate à doença. Os dados mostram que o número de mortes foi semelhante entre os doentes que receberam o remédio nas primeiras 48 horas, como recomenda a bula, e após esse período.

De um total de 83 pacientes avaliados, 36,1% foram medicados com o Tamiflu nas primeiras 48 horas, 38,5% depois desse período e 25,3% não o receberam. No entanto, os dois primeiros grupos tiveram número semelhante de mortos: 12 e 14, respectivamente. Entre aqueles que não tomaram a droga houve apenas seis mortes. Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Gerson Penna, os dados desfazem o mito em torno do remédio. "Só o que salva é a vacina", afirmou durante evento sobre a gripe no último sábado, em SP.

O secretário da Saúde do Rio Grande do Sul, Osmar Terra, informou, em entrevista por telefone, que o estudo será ampliado e trará mais detalhes. Ele disse que, até o momento, só há evidências, em literatura científica, de que o medicamento reduz um pouco a duração dos sintomas. "Você não tem um trabalho ainda que mostre que diminui o número de mortes." A infectologista Nancy Bellei, do comitê de influenza da Sociedade Brasileira de Infectologia, alerta, porém, que o pequeno número de casos avaliados dificulta conclusões. A especialista destaca ainda que são necessários mais detalhes, como o estado e as características dos pacientes de cada grupo. "Em pacientes graves é possível que o antiviral não mude o curso da doença."

Terra negou que a falta de remédio possa explicar o porcentual que não tomou a droga ou que a recebeu fora do prazo estipulado na bula. Para ele, esses pacientes demoraram a buscar auxílio. Até agora, foram distribuídos cerca de 824 mil tratamentos no País, de acordo com o secretário do ministério. Penna, porém, reconheceu no evento em São Paulo que há dificuldades logísticas que precisam ser superadas para a chegada de remédios. Segundo o secretário, a malha aérea brasileira, com poucos voos para determinadas regiões, dificulta a descentralização da distribuição de tratamentos.

Em boletim divulgado ontem, o ministério confirma a tendência de queda de casos graves pela quinta semana consecutiva. O número de 35 notificações foi 65 vezes menor do que o registrado no início de agosto. No total, foram notificados desde abril 9.249 casos e 899 mortes, o que coloca o País em quinto lugar no ranking mundial de mortalidade pela doença. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Instale o novo Internet Explorer 8 otimizado para o MSN. Download aqui

Nenhum comentário: